domingo, 31 de maio de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Agricultura

As marcas da presença muçulmana na Península Ibérica repercutem-se sobretudo na agricultura, com a introdução de novas culturas como a amendoeira e a laranjeira e a implementação de técnicas de regadio como a azenha e a nora.
Ó Homem de Alcabideche

Ó Homem de Alcabideche
Que não te faltem sementes.
Que o labor do teu moinho,
Cuja vela o vento mexe,
Possa ter o remoinho
Que dispensa as correntes.
Em ano bom só terás
Não mais que vinte medidas
Pois que as restantes verás
Pelos javalis comidas:
Terra de pouca valia
Como eu próprio, agora surdo.
Deixei corte luzidia,
E o seu luxo absurdo.
Em Alcabideche estou
No campo silvas cortando
Com a podoa trabalhando.
Se alguém te perguntou
Se do teu trabalho gostas
Respondesses-lhe que sim:
Quem ama ser livre assim
De bom carácter dá mostras.
Orientado pelo amor
E dádivas que eu colhi
Deixei tudo sem rancor
E em tempo de primavera
A este chão me acolhi.

IBN MUQANA

Nascido em Alcabideche, no início do século XI, desempenhou cargos políticos nas cortes de Sevilha e Granada. Desencantado com as falsidades palacianas, voltou à sua terra para se dedicar à terra.






















http://olhares.aeiou.pt/o_moinho_abandonado%201051_foto1766788.html

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Evocação de Silves

Saúda, por mim, Abu Bakr,
Os queridos lugares de Silves
E diz-me se deles a saudade
É tão grande quanto a minha.
Saúda o palácio dos Balcões
Da parte de quem nunca os esqueceu.
Morada de leões e de gazelas
Salas e sombras onde eu
Doce refúgio encontrava
Entre ancas opulentas
E tão estreitas cinturas!
Mulheres níveas e morenas
Atravessavam-me a alma
Como brancas espadas
E lanças escuras.

AL-MU'TAMID

Nascido em Beja, em 1040, de uma família de poetas, após ter governado Silves, ocupou o trono do reino taifa de Sevilha, em 1069. Morre em 1095, no interior de Marrocos, desterrado.

Os elementos da cultura: a língua

Os invasores do século VIII falavam árabe e falavam dialectos berberes e latino-berberes. Ao contrário do latim, o árabe andaluz resistiu melhor ao processo de desagregação e de dialectização regional. Ajudaram a essa resistência as relações constantes com outros centros de cultura islâmica, a chegada de imigrantes de várias zonas do mundo árabe e berbere, o peso da religião e do seu livro santo, a existência de escolas e de estudos. Sempre se falou árabe no Andaluz, ao longo dos séculos VIII a XI. A duração desta unidade linguística permitiu o enriquecimento do vocabulário local, sobretudo onde a arabização foi mais intensa. Deste modo, cerca de seiscentas palavras árabes passaram para a língua portuguesa, sendo a maior parte referente a vestuário, mobiliário, agricultura, além de nomes próprios e topónimos (nomes de lugares).

http://cvc.instituto-camoes.pt/segport/portarab.html

quarta-feira, 27 de maio de 2009